A qualidade da educação e do ensino, mais especificamente do Ensino Fundamental, tem sido foco de calorosas discussões entre os diversos protagonistas: os diretores, os professores e os especialistas em educação do nosso município.
Esta qualidade, sempre mensurada pelas avaliações como Prova Brasil, avaliação do I A S e outros.
Os resultados destas avaliações têm gerado no ambiente escolar em que atuamos inquietudes, desafios, frustrações e, em alguns momentos, até dúvidas sobre a fidedignidade dos resultados da nossa rede de ensino.
É de conhecimento de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem da nossa escola, os resultados das avaliações externas e internas da nossa instituição. Na Prova Brasil, a média da escola ficou acima da média da Rede Municipal de Joinville. E nas avaliações do I A S, em 2006, nossa escola apresentou resultados abaixo da média das escolas do município no que se refere à geometria e interpretação de textos, nas 3ª e 4ª séries.
No momento, nossos alunos de 1ª a 4ª série, (uma média de 40%, dados da avaliação do IAS, maio 2007) não só apresentam dificuldades para interpretar o que está implícito nos textos na avaliação externa, mas também nas avaliações da própria escola. Da mesma forma, apresentam dificuldade em Matemática, na área de geometria.
Diante destes resultados, procura-se acompanhar, traçar medidas de intervenção, orientar, assistir aulas, desenvolver projetos de leitura, realizar formação em serviço e auxiliar os professores em sua prática pedagógica. Esse trabalho é realizado com base nas necessidades de aprendizagem dos professores, que são sinalizadas durante as avaliações realizadas com os alunos, onde se percebe nitidamente que é nas áreas em que os alunos apresentam dificuldades que o professor necessita de aperfeiçoamento.
No entanto, percebe-se que estes poucos momentos de formação e de acompanhamento do trabalho do professor surtem um efeito ainda não satisfatório diante das exigências externas.
O fato é que, pelo menos nesta instituição, não basta o trabalho com os professores em suas dificuldades, mas também a organização do tempo e do espaço escolar.
De nada adianta traçarmos medidas, formar professores, reformular propostas, investir em recursos didáticos sofisticados, se o tempo que se tem com os nossos alunos é de 3 a 4 horas diárias, horas estas recheadas de atividades extras, que muitas vezes nem fazem parte do currículo escolar.
Conforme o destaque da educadora Emília Ferreiro, no texto lido para esta tarefa, “ a aprendizagem só ocorre se entrarem em cena os três elementos: os conteúdos que o alunos necessitam aprender, o aprendiz e os responsáveis por fornecer as condições necessárias à aprendizagem. Se os alunos apresentam baixo desempenho, a responsabilidade não é unicamente deles.”
Nesta perspectiva, encontra-se também no texto em estudo, uma reflexão muito importante, que aponta fatores que influenciam para uma boa qualidade do ensino: a formação inicial e continuada do corpo docente, a força do trabalho em equipe, o papel do diretor, a participação da comunidade, a importância da leitura, e, claro, o valor que a própria avaliação tem para melhorar o dia-a-dia da aprendizagem.
Não queremos, com estas palavras, levantar dúvidas, sobre a seriedade do trabalho e o comprometimento dos nossos professores, diretora e de toda equipe pedagógica da nossa escola, ao contrário, é visível o comprometimento, a responsabilidade, a solidariedade e o trabalho de equipe nesta escola, sempre voltada a um nível de exigência para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem dos nossos alunos.
Uma prática que acontece em nossa escola e que consideramos muito positiva, é a observação dos dados que precisam ser melhorados, analisados com cuidado, e conseqüentemente, a discussão e a implantação de novas intervenções.
Consideramos nossos professores e toda a equipe pedagógica ótimos e comprometidos, apesar de, muitas vezes, nossa formação ser deficiente para os desafios atuais. No entanto, acreditamos que as angústias que surgem com os resultados das provas, são muito positivas e nos fazem refletir e procurar novos rumos.
Texto Reflexivo elaborado para a Reunião de Supervisores que aconteceu no dia 19 de junho, escrito por Zélia Janning com colaboração de Mariani da Silva Hasse, Supervisoras da Escola.